quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Máquinas de Livros!

Máquina Mágica!
Estava voltando hoje de São Paulo, da casa dos meus sogros e, como minha esposa e meu filho ficaram por lá, voltei de Metrô + Cometão, a velha combinação clássica que remete aos MEUS anos 90, onde pegar a Rodovia dos Bandeirantes de carro era algo para pessoas de outro mundo!

Fiz o trajeto da nova linha amarela do Metrô, partindo da estação Butantã, descendo na estação da Luz, para pegar a transferência para a linha 1 com destino Tietê.

Na estação da Luz me deparo com esta incrível máquina, incrível não por ser uma máquina (LÓGICO!), mas por ser uma máquina de LIVROS, e ainda melhor, contendo a inscrição "PAGUE QUANTO ACHA QUE VALE". =)

Bom, não sou tão ancestral assim para saber que isto é mais que possível (2014, é isso?), afinal, já utilizei estas máquinas de refrigerantes e doces, e sei que todas elas nunca devolvem o troco, engolem seu dinheiro, travam seu doce no meio do caminho, etc...

Mas veja, trata-se de uma máquina de LIVROS, e essa eu realmente nunca tinha visto! Fiquei namorando aquela estante com livros engavetados em ferros espirais durante pelo menos 10 minutos. E a GRANDE sacada de pagar o quanto você acha que vale é algo realmente muito louco!

O valor mínimo é R$ 2,00, a máquina não devolve troco (clássico) e você fica totalmente à vontade de escolher se quer pagar R$ 2,00 ou R$ 100,00! E no isso no Brasil!

Bom, já que falei em "Brasil", enquanto estava vendo os títulos disponíveis, um casal parou ao meu lado e o homem perguntou à mulher: "Você têm aí dois reais? Ou quatro? Daí eu pego dois livros!". Enfim, sei que a grande maioria vai MESMO comprar os livros por R$ 2,00, e acho que desta forma a pessoa que compra está concordando que o livro realmente vale R$ 2,00, quando na verdade, na maioria dos casos, é um jeito de tirar uma vantagem de comprar qualquer coisa barata, nem que seja para servir de peso de papel!

É evidente que eu não generalizo, penso seriamente na valorização da arte e fiquei muito tempo pensando quanto pra mim realmente valeriam os livros da máquina, que aliás nunca tinha lido nenhum.

Estava com o dinheiro contado, (o que também pode ser o caso de muitos os que compram por um valor baixo e não desdenhar da arte, TAPA na minha cara!), dei R$ 5,00 por um livro Pocket da Agatha Christie - "E não sobrou nenhum" e o livro saiu e caiu na bandeja sem nenhum problema!

Fiquei feliz, muito! Não porque "consegui" um livro por R$ 5,00, mas por saber que existe esta maravilhosa acessibilidade  pública de livros e que remete ao verdadeiro fato de que a cultura e arte estão aí, não é desculpa, só não degusta e não aprecia esta maravilhosa arte da vida, que é LER quem realmente não quer! Mas aí pelo menos eles têm esta opção de ter um bom peso de papel, apoiador de monitor, combustível pra lareira, etc...

Parabéns ao empreendedor do projeto, Fábio Bueno Netto (Link!) e que esta ideia se estenda para outros locais e cidades!