terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Reflexos de Agosto
"Quando foi que me perdi?
Julgo que ocorreu muito antes que imagino
A vivência nos gera experiência
No entanto ainda há aprendizado com a morte
O que me leva à pensar o quanto precisamos viver
Para aprender a viver
Nas sólidas bases da personalidade firmada
No contento da imensidão de possibilidades
Se pudesse voltar atrás seria diferente?
Com certeza!
Mas seria igualmente inconclusivo
Seria impreciso, inconstante, recursivo....
Após o firmamento da razão não existe caminho certo ou errado
A existência é sobre o que se vive
E jamais será sobre o que se perdeu
E por fim, a conclusão
De que o que se ganhou pode saciar o nosso ser
Acalantar o nosso coração
E redirecionar a nossa vida com base em nosso novo ser...."
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
O Novo Tempo para o Simples
Tenho que admitir: Tentar ser uma pessoa calma e tranquila nos dias de hoje é uma tarefa difícil e que exige paciência!
Não que eu me classifique como tal, mas que gostaria imensamente de poder ser uma pessoa mais serena, paciente e amorosa com tudo e com todos, a maioria de meus dias! Bom, isso sim soa bem!
Tenho a sensação de que a vida está cada vez mais corrida, de que precisamos nos doar sempre mais todos os dias para conseguirmos manter uma casa/família e dar conta das múltiplas tarefas que, mesmo parecendo tão simples, tomam o nosso tempo de forma a esgotá-lo, como uma grande ampulheta que se esvai - para depois recomeçar tudo de novo do outro lado!
Sobra algo para vivermos de forma honesta e verdadeira?
É necessário trabalharmos duro para mantermos uma casa, uma família e obtermos confortos para que, no momento de poder "desfrutar" a vida, possamos viver de forma mais intensa, confortável e sem grande preocupações.
Daremos o melhor aos nossos filhos, depois a nós mesmos. Nos doamos por aqueles que amamos. E minha reflexão, correta ou não, mas SINCERA começa justamente nesse ponto!
Penso que o modelo de nossa sociedade nos conduz de forma a estabelecer que temos de ter sempre o MELHOR e viver da forma mais confortável possível. E não digo isso apenas sobre coisas materiais mas também de padrões de vida como viagens, encontros, amizades, etc. E minha opinião é que, justamente por conta deste modelo, é que temos pouquíssimo tempo para tentarmos viver e desfrutar uma vida mais calma, serena.
Por vias de decisões ecléticas, muitos pregam que para viver bem é preciso estar sempre feliz e satisfeito com sua ocupação trabalhista, com sua casa e sua família, mesmo que, na real, não esteja bem desse jeito. Isso é verdade (ao menos em partes), no entanto frequentemente observo muitas pessoas se esforçando para serem e se mostrarem de fato felizes, transparecerem felicidade para todos à volta!
Tome o facebook por exemplo. Quantas pessoas compartilham um momento ruim de suas vidas? Tudo bem, há exceções mas você consegue reparar como a maioria das pessoas compartilha ótimos momentos, situações felizes, presentes legais, almoços divertidos, cerveja com a galera, amo você meu marido/esposa e isso é verdade... como se dissesse "Veja você, eu estou feliz!". Poxa, eu também faço isso!!! Fora que é bem mais legal que compartilhar angústias, lógico!
Este cansativo esforço é necessário para as pessoas! Porque o modelo prega isso! Se você está fora do modelo da sociedade então é adjetivado muitas vezes por tachões como Depressivo, Hippie, Mondrungo, Lunático, Anti-Cristo, Bêbado, Naturalista, Chupa-Cabra, sei lá porra, você está FORA, FORA da sociedade, entende? Fora do MODELO!
E para atender ao modelo precisamos nos esforçar muito e daí não temos mais tempo pra nada! Ou pior, para SOBREVIVER ao modelo precisamos viver de forma igualitária à máquinas programadas para garantir coisas, dinheiro, viagens, amores, filhos felizes, pais satisfeitos, chefes e subornados satisfeitos, e por aí vai...
E isso estressa, estamos sempre correndo! Por isso é difícil ser uma pessoa tranquila! A vida atual (volto a falar, no modelo da SOCIEDADE atual), exige múltiplas tarefas e afazeres!
"- Como você está?
- Correndo cara, na correria!"
Percebe que esse diálogo ficou tão comum que o Clichê já foi ultrapassado e é um fraco termo para se adjetivar? É quase como um "Tá tudo bem e você?", mesmo que por muitas vezes não está tão bem assim.
Vovóóó, aqui tá tenso! A mamãe tá fazendo o almoço, o papai tá correndo tirando entulhos de casa e eu ainda nem brinquei com meu dinossauro!
Um amigo uma vez me questionou: Ah, mas você não consegue ficar "numa boa" e sossegado tendo uma família e filhos! A correria é imensa e estressante!!! A não ser que você seja solteiro! As crianças precisam de dinheiro... e sua mulher muito mais!
Será mesmo?
Voltando ao ponto de reflexão em que temos de dar o melhor para nossos filhos e por isso ralamos muito: É este modelo da sociedade que você verdadeiramente quer ensinar ao seus filhos? Posso estar enganado mas penso que meu filho pode ter o melhor, mas de forma mais simples! Ele não precisa ter o melhor videogame, tampouco estudar na melhor e mais cara escola de São Paulo! Mas também não precisa estudar na pior! Há intermediários muito bons! Há outras atividades interessantes além do conforto do videogame! Há muito o que ensinar, por exemplo sobre esportes, natureza, e amor!
Sinceramente, se para poder dar o melhor ao meu filhote eu tiver que trabalhar tanto que não o veja crescer, então existe algo errado, algo que precisa urgentemente ser corrigido!
Há diferentes circunstâncias de vida para cada um, muitos passam por momentos de dificuldades financeiras que nos obrigam a trabalhar com qualquer coisa que seja mais rentável, submetendo-nos a situações muitas vezes constrangedoras. Isso é algo da vida. Eu também me encontro em uma fase financeiramente complicada.
No entanto elevar muito o padrão de vida quando estamos um pouco melhores faz com que sejamos escravos de nossa elevação. E como dificilmente as pessoas querem se desfazer de suas conquistas, tudo isso acaba por se tornar suas próprias jaulas de ouro, prata e bronze!
E conhece a história do homem que só trabalhava, dia e noite, comprou casa, carro, objetos e coisas para os filhos, sua esposa se cansou de sua falta, seus filhos só o viam como provedor... sua esposa o deixou, ele dividiu seus bens, paga uma suada pensão e hoje é sozinho... e ainda trabalha pra cacete! De que adiantou se doar tanto?
Nem todos concordam com este pensamento que eu quero colocar agora mas ao meu ver, a chave para viver melhor e com mais intensidade é viver com SIMPLICIDADE! Sem grandes luxos, sem ambições impossíveis, sem ter que querer o poder, reinar sobre outras pessoas, ter posses e coisas e mais coisas, belas mas vazias, que acumulem poeira e inutilidade!
Viver com simplicidade não exige que você trabalhe como um condenado durante toda a sua vida para que futuramente você possa usufruir de alguns poucos anos de uma ótima (e duvidosa) aposentadoria!
"As pessoas acabam adoecendo para economizar alguma coisa para uma futura doença." - Thoreau
E sinto que eu preciso aprender isso, aprender isso urgentemente!
Viver com simplicidade é extrair das atitudes simples as belezas de nossa estadia neste mundo! É se apegar com o que realmente importa!
Viver com simplicidade faz com que possamos ter tempo para conversar com pessoas idosas e escutar suas maravilhosas histórias. Porque temos tempo para isso!
Viver com simplicidade é sim trabalhar com aquilo que gosta sem ser obrigado a ganhar um salário mais alto.
É poder correr atrás do que é suficiente... e ser livre para desfrutar de todo o resto!
É fazer meia dúzia de coisas ao mesmo tempo e não centenas de coisas!
Ahhh, as vertentes da simplicidade são tão extensas... são tantos critérios que aqueles que se submetem a isso acabam aprendendo do seu jeito e de diferentes maneiras.
Simplificar! Viver! Desfrutar! É em que eu acredito para sossego do nosso ser!
Afinal, o extraordinário é demais não é mesmo?
Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam
Jack Kerouac
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