quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Contos - A Epifania dos Filhos do Homem


Ele tinha muito pouco tempo.

Como uma pintura de um belo quadro recém mergulhado em água, como o impacto de uma bala de revólver explodindo em um fruto, seu sonho ia se desfazendo, sua integridade moral fluindo para o infinito e para o fim!

Além da compreensão daqueles que o cercam, em uma tentativa desesperada de conter o interminável caos gerado por aqueles que foram criados por suas próprias mãos, ele gritou!

Ele teria que desmentir a verdade absoluta, o conhecimento adquirido por sua criação durante muitas eras ... sim, eles conheceram a verdade e a mentira! E eles se identificaram com tudo isso! A revolta tomou conta de seus seres, revolta esta que posteriormente se transformará em tristeza e mágoa por terem desperdiçado suas vidas medíocres e fúteis em busca de um falso ideal, de falsas informações e falsos conhecimentos inventados para manipulação e controle da humanidade.

"Prefiro que você morra na ignorância do que, ao final de sua vida, descubra que deixou de viver."

E como ele conseguiria materializar as eras e os tempos de forma que fossem afunilados em um único anúncio impactante, que poderia conter a rebelião e o avanço moral de seus seguidores? Ele se odiava por ter se acomodado com sua prole, por não ter continuado seus trabalhos para reforçar ainda mais o paradigma que sempre avançou por gerações!

Mas ele pensou e constatou que mesmo impregnando todo o seu esforço, o fim seria inevitável, porém, quem sabe, adiável. Ele pensou mais... e sua desesperadora arma em seu único disparo final seria negar a esta verdade, gritar argumentos incríveis, de explicações impossíveis e extraordinárias, ainda que se faça necessário apelar para um final apocalíptico - a punição máxima pela revolta dos que venceram todo o "câncer" de toda sua história com base em uma anarquia controlada.

Algum tempo se passou, um inestimável e incalculável tempo.

Não muito mais tarde, menos tarde do que ele gostaria, tudo estava terminado. O fim de sua existência havia chegado, a última gota de chuva havia limpado o chão e a aurora começava a surgir no horizonte. Já não havia mais nada.

E este era o final mágico onde mais uma criação foi revelada e reconhecida por todos, a maior e mais devastadora criação dos filhos do homem - o extinto controle absoluto!

Os que sobreviveram já tinham impregnados em seu ser a moralidade justa, sem estarem submetidos a condicionais punitivas, iniciando uma nova era de vidas diversificadas e integradas ao meio onde vivem.

Iniciaram uma verdadeira e utópica liberdade!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Baloo - O Sábio Poeta!

Pois é!!!

Eu deveria ter começado este blog tendo como primeiro post a explicação do título que inspirou o blog O Extraordinário é Demais!

Fui vomitando palavras sem conhecimento, mas agora sinto que preciso compartilhar o que me motivou a batizar este blog com este nome.

Você já deve ter visto ou pelo menos ouvido falar de um antigo desenho da Disney chamado Mogli - O Menino Lobo (sim, é bem antigo, falo da PRIMEIRA versão, aquela em que os dubladores parecem estar falando de dentro de uma lata de biscoitos)...



Eu assisti muitas vezes em companhia de meus primos e minha irmã. Entenda MUITAS vezes como uma DEZENA de vezes, senão CENTENA de vezes! Daquelas de se decorar as cenas e lembrar até hoje!

Alguns de meus cachorros foram batizados na época com o nome de personagens como Baloo e Bagheera.

Enfim, não vou contar a história do desenho mas me concentrar agora aos LOUCOS pensamentos de uma das mais simples, MALUCAS e reflexivas músicas cantadas por um personagem infantil -  o folgado, preguiçoso e atrapalhado feliz - Urso Baloo, que canta ao menino Mogli a seguinte canção:

"Necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais...!
 Necessário, somente o necessário, por isso é que essa vida eu vivo em paz...!"

http://www.youtube.com/watch?v=S4J70C36RGU

Caaaaaara, que espetáculo esse som! É tão simples mas tão ricamente profundo que parece ter sido algo escrito por Roger Waters ou ainda se fosse uma versão dramática, escrito por Thom Yorke! Sem exageros!!!

O que você entende por este embalo do urso Baloo?

Eu penso que ele SABE viver pois tem exatamente aquilo que é necessário para sua vida! E se for ver ele não tem nada, apenas a felicidade de encontrar algumas formigas pra comer e descansar sobre folhas na água! O Extraordinário é Demais para Baloo, se ele tiver mais do que ele precisa! Isso seria demais!!! DEMAIS!!!

Pode parecer algo muito idiota, muito inexpressivo, mas se você parar e pensar por um tempo e refletir nesse tipo de felicidade simples, sustentável, fácil de obter muito embora difícil demais pra conceber, considerando nossa maneira capitalista de viver neste modelo de sociedade hipócrita, vai entender a loucura maravilhosa que é poder dizer que o extraordinário é demais! Eu não preciso de mais... é demais... somente o necessário, COM o necessário sou feliz! Podes pensar assim? Ser feliz assim?

É com esta reflexão que eu batizei meu blog, utilizando de uma música de um desenho infantil, carregado de sentimentos! E aproveito para dedicar a todos os que gostariam ou já vivem somente com o necessário, sem coisas materiais extraordinárias e desnecessárias e que te prendem, te sufocam!

Ô infância boa!!!

Agora, que seu necessário não seja extraordinário para que você possa viver em paz, não é mesmo? =)